domingo, 20 de fevereiro de 2011

Eu queria que o equilíbrio adormecesse em mim...






Equilíbrio arde em mim
feito tarde pacífica que divide o caos diário
com pesadelos noturnos...


Esperança escapou sorrateiramente
feito pássaro tranquilo
que vivia confortável em ninho acolhedor
(sem previsão de retorno)
seu corpo tem os céus como adorno
e as estrelas como cobertor...

Amor está comigo
feito soldado abatido em confronto
sempre pronto para seguir em batalha
enfrentar o calor da pólvora
ou o doloroso fio da navalha...

A Morte me espera
como uma amiga paciente
que traz em seus braços conforto e más notícias
ferimentos profundos em suas carícias...

A Vida flui
como um rio de Tristeza
que vai disciplinado em busca de algum oceano

Atlântico ou Pacífico
ou um que não seja tão específico
mas que reforme, reverta
transforme em alegria
as lágrimas que minha alma já não retém
seja por ver o Mal
seja por duvidar do Bem...

Equilíbrio ainda arde em mim...

Alan Medrado

Luar sepulcral (Dois lobos)


Éramos dois lobos feridos
em silêncio sob a Lua cheia
em nossa última noite de amor

Silêncios e lugares
Silêncios e olhares

Nus
sem segredos, nem indagações
nem indignações, sem cobranças e injustiças
sem mistério

Dois lobos que se amaram feridos
Enquanto o luar dava seu último suspiro
sobre o cemitério...

Alan Medrado